quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A Mãe de Pantanha - Autor: Alves Grapiúna

- Era a Mãe de Pantanha e mudava para Flávia Alessandra, depois já era você e mudava de novo. Foi naquela hora que acordei. Estava com um frio danado.

- Mas ontem quando você acordou disse que estava sonhando comigo.

- E estava, mas dessa maneira que as pessoas são nos sonhos. Era você, e num pentelhinho de anjo, já não era. Quer dizer, no todo era você, mas como eu contei agora: Flávia Alessandra, a Mãe de Pantanha e você. Eu estava apaixonado.

- Estava ou está?

- No sonho eu estava.

-Você se debateu o tempo todo.

- Quando virou você foi que eu falei: “e dizer que estraguei anos de minha vida, que eu quis morrer, que tive meu maior amor, por uma mulher que não me agradava, que não fazia o meu gênero!”

- E era comigo?

- Quando comecei a falar, era seu rosto, e demudava: já era a Mãe de Pantanha e zás! Flávia Alessandra. Eu esquecia o que estava falando e já era você de novo. E, olhando seu pé, pensava: vou comer Flávia Alessandra, hahaha. Nessa hora, acordei.

- Ainda bem!

- “Ainda bem” o cacete! Quase comi Flávia Alessandra!

- Mas não comeu e quis descontar em mim, dizendo aquela besteira. Isso é de algum livro, né?

- Não sei. Não me lembro. Vou ver no Google!

- Hora de ir trabalhar... sonha só comigo hoje, ta?

- Vou me esforçar, mas não prometo, a concorrência é grande!

Um comentário:

  1. Ótimo texto Jai, assisti ao filme e já fiz a leitura (pseudo)psicanalítica do seu sonho!

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