quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Devastação em versos

Continuando a lei do up!

Lembro da música que mais cantei nos tempos de agora de UESC, quando ia pra saídas de campo na "mata ha já vão matar"...
Aprendi a gostar da biologia cursando, mas de Xangai com meu tio, aparentemente mentor intelectual dessa nova lei.

E uma vez contei quantas ávores dessas eu nunca tinha visto... nem verei in vivo.

Enqunto muitos perdiam e perdem seu tempo ouvindo arrocha e ralando até o chão...

Matança
Cipó caboclo tá subindo na virola
chegou a hora do pinheiro balançar
Sentir o cheiro do mato da imburana
Descansar morrer de sono na sombra da barriguda
De nada vale tanto esforço do meu canto
Prá nosso espanto tanta mata ah já vão matar
Tal Mata Atlântica e a próxima Amazônia
Arvoredos seculares impossível replantar
Que triste sina teve Cedro nosso primo
Desde menino que nem gosto de falar
Depois de tanto sofrimento seu destino
Virou tamborete, mesa, cadeira, balcão de bar
Quem por acaso ouviu falar da Sucupira
Parece até mentira que o Jacarandá
Antes de virar poltrona, porta, armário
Moro no dicionário vida eterna milenar
Quem hoje é vivo corre perigo
E os inimigos do verde da sombra o ar
Que se respira e a clorofila
Da mata virgem destruída vão lembrar
Que quando chegar a hora é certo que não demora
Não chame Nossa Senhora só quem pode nos salvar
ÉÉÉ...., Caviuna, Cerejeira, Baraúna, Imbuia, Pau-d´aco,
Solva, Juazeiro e Jatobá
Gonçalo Alves, Paraíba, Itaúba, Louro, Ipê, Paracaúba,
Peroba, Maçaranaduba
Carvalho, Mogno, Canela, Imbuzeiro, Catuaba, Janúba, Aroeira, Araribá
Pau-ferro, Anjico, Amargoso, Gameleira, Andiroba, Copaíba, Pau-Brasil, Jequitibá

Quem hoje é vivo, corre periiiiiguuuu



E emendando a Tristeza dessa bióloga, Geraldo Azevedo me enche os olhos d'água
com a interpretação de Saga da amaZônia

No lugar que havia mata, hoje há perseguição
Grileiro mata posseiro só prá lhe roubar seu chão
Castanheiro, seringueiro já viraram até peão
Afora os que já morreram como ave-de-arribação
Zé da Nana tá de prova, naquele lugar tem cova
Gente enterrada no chão:

Pois mataram índio que matou grileiro que matou posseiro
Disse um castanheiro para um seringueiro que um estrangeiro
Roubou seu lugar

Foi então que um violeiro chegando na região
Ficou tão penalizado e escreveu essa canção
E talvez, desesperado com tanta devastação
Pegou a primeira estrada sem rumo, sem direção
Com os olhos cheios de água, sumiu levando essa mágoa
Dentro do seu coração.


Essa é minha contribuição... e quem não gostou que "up" outra

Waneyma Ferreia

Obrigada!



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