sexta-feira, 12 de março de 2010

Glauco, um gênio do cartum, mais um assalto, um tiro.

Porra, como é que pode? Um gênio morreu num assalto.

A indignação fica mais forte num momento desses. Mas vale lembrar que a violência faz barulho o tempo inteiro e, não sei de que jeito, conseguimos dormir. A morte de Glauco faz parte da mesma escrotidão que extermina jovens negros todos os dias em qualquer cidade brasileira.

É que, sei lá, a gente acompanha o noticiário da violência com quem assiste novela, pela tv. Quando morre alguém que admiramos tudo fica mais exposto, é a ferida em carne viva.

Leio o Glauco há mais de vinte anos. Guardo edições de Chiclete com Banana antigonas, e tenho a raridade que é aquela edição de Los Três Amigos, produção de Glauco com os amigos Angeli e Larte. Glauco tinha um traço ligeiro, parecia que desenhava uma tira em três segundos, e um humor sem pudores.

Vou procurar minha revista no baú e rir do Glauquito, Laerton e Algel Villa pela milésima vez.

Aquilino Paiva

Um comentário:

  1. Quantas charges ele não faria para mostrar, de forma irônica e crítica, esse episódio absurdo, de ter a morte anunciada por um falso Messias? Chocante ver as conciências alteradas pelas drogas destruindo nossos talentos...

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